[Resenha #53] Proibido (Tabitha Suzuma)


Tabitha Suzuma

T
ítulo Original: Forbidden
Autor: Tabitha Suzuma
Páginas: 304
Editora: Valentina
Edição: 2014
Estrelas: 5


Sinopse: Ela é doce, sensível e extremamente sofrida: tem dezesseis anos, mas a maturidade de uma mulher marcada pelas provações e privações da pobreza, o pulso forte e a têmpera de quem cria os irmãos menores como filhos há anos, e só uma pessoa conhece a mágoa e a abnegação que se escondem por trás de seus tristes olhos azuis. Ele é brilhante, generoso e altamente responsável: tem dezessete anos, mas a fibra e o senso de dever de um pai de família, lutando contra tudo e contra todos para mantê-la unida, e só uma pessoa conhece a grandeza e a força de caráter que se escondem por trás daqueles intensos olhos verdes. Eles são irmão e irmã. Com extrema sutileza psicológica e sensibilidade poética, cenas de inesquecível beleza visual e diálogos de porte dramatúrgico, Suzuma tece uma tapeçaria visceralmente humana, fazendo pouco a pouco aflorar dos fios simples do quotidiano um assombroso mito eterno em toda a sua riqueza, mistério e profundidade.


Sinceramente eu não sei por onde começar essa resenha, esse livro conseguiu despertar em mim sentimentos que nem sabia que poderiam existir. "Proibido" chegou devagar e me deixou, pasmem, 5 semanas sem querer ler mais nada.

Depois de uma leitura "forte", é aconselhável ler algo mais leve, para que possa voltar ao ritmo. Essa dica não serve para "Proibido".
Esse livro foi indicação, e antes de ganhá-lo, já sabia que seria tarefa difícil falar sobre ele. Mas nunca imaginei que ficaria horas olhando para a tela sem encontrar as palavras certas, se é que elas existem.
Tenho certeza que não conseguirei transmitir os meus sentimentos, mas vou tentar, afinal o mundo merece saber o quão grandioso e interessante é esta obra.

"Eu me sinto como se estivesse numa ladeira escorregadia, e não tivesse escolha senão despencar."

Antes de qualquer coisa, é extremamente importante constar que o casal do livro são irmãos. Irmãos de sangue, mesmo pai, mesma mãe. Irmãos criados juntos desde sempre. Vos apresento Lochan e Maya.
Lochan e Maya tem apenas 13 meses de diferença. Ela tem 16 e ele quase 18 anos. Juntos eles criam os outros três irmãos, Kit, Tiffin e Willa. 13, 9, 5 anos, respectivamente. Eles dividem as tarefas de casa, e a educação dos irmãos. O pai abandonou a família, e com uma mãe ausente, eles tiveram que amadurecer antes do tempo. E com um amadurecimento precoce, surge um sentimento estranho. O amor. O amor que não é como um irmão amaria uma irmã.

"- Nesse momento, a única coisa que sei é que te amo - digo em meus desespero contido, as palavras derramando por conta própria. - Eu te amo muito mais do que como um irmão. Eu te amo... de todas as formas possíveis e imagináveis."

O livro é intercalado, ora Maya narra, ora Lochan. Essa jogada foi essencial para tomarmos conhecimento do que passa na cabeça de cada um, e compreender o que os levou a  tal atração.
A construção psicológica deles é a cereja da obra. Dois adolescente se portando como adultos, fazendo comida, limpando a casa, pagando as contas, cuidando dos irmãos. Eu não tenho filhos, mas ajudo minha tia a cuidar da minha priminha, e sei o quanto é trabalhoso e estressante. O que já me deixou extremante sensibilizada. Uma coisa é ajudar a cuidar da priminha, uma escolha minha. Outra coisa é cuidar dos irmãos, por que não tem mais opção. Se eles não cuidam, quem cuidará?

"Eu me recuso a permitir que um rótulo exterior estrague o dia mais feliz da minha vida. O dia em que beijei o homem que sempre abracei em meus sonhos, mas nunca me permiti ver."

Lochan e Maya não tem referencial do que seria um relacionamento saudável, a mãe vive em uma vida sem privações. "Lavou tá nova" e a vida segue. Assim, um serve de apoio para outro. No caso de Lochan, a dependência por Maya é bem gritante. Apesar de ser muito inteligente, ele é um completo anti social. Na escola ele vive só em seu mundo, e sempre que tem que falar em público tem ataques de pânico. Sem falar no comportamento ora paternal, ora agressivo, que assusta demais os irmãos, incluindo Maya.

"Nós não fizemos nada de errado! Como o nosso amor pode ser considerado horrível, quando não estamos fazendo mal a ninguém?"

Maya é uma típica adolescente, em casa assume todas as tarefas com o irmão, mas na escola é cercada de amigos, gosta de interagir, e sair. Ela tem uma visão cheia de fantasias para um futuro com o irmão. Ele é sua alma gêmea, e estão destinados a ficarem juntos para todo o sempre. Enquanto Lochan tenta afastar Maya para que eles não se relacionem de forma incestuosa, Maya mostra imaturidade ao tentar fazer ciúmes a ele, o incentivando a ser mais próximo.

A questão do romance, de início achei estranho. "Eca' são irmãos!" Mas com o desenrolar, vi que antes de ser incestuoso, o que eles sentem é amor. E toda forma de amor é válida. Ponto!
As cenas de romance deles são delicadas. Como disse anteriormente esse foi o primeiro livro que li, que me despertou tantos sentimentos. Tive vontade de ler o livro todo de uma vez, mas é quase impossível. De tão intenso que é, as pausas para respirar são essenciais.

"No fim das contas, o que importa mesmo é o quanto você pode suportar, o quanto pode resistir. Juntos, não fazemos mal a ninguém; separados nós definhamos."

Tabitha foi bem ousada em trazer a público um tabu, que querendo ou não, é chocante. Mas se analisarmos o contexto, se torna completamente compreensível. Utilizando de uma simplicidade, Tabitha consegue compor os personagens.
Mas se você pensa que chocante é o relacionamento deles, espera para ver o quão contrário é o desfecho. Todas as expectativas que vamos nutrindo desde o início da leitura viram nós na garganta, e lágrimas. Quando li a última passagem do livro, fiquei em choque. Creio que tenha ficado uns três minutos (que pareceram uma eternidade) olhando para aquelas palavras que insistiam em não entra na minha mente. Foi difícil tentar compreender o por quê daquilo.

"É difícil de entender por quê alguém entra num relacionamento sem qualquer sentimento verdadeiro [...] Até relacionamentos emocionalmente violentos e adúlteros costumam ser tolerados, apesar do mal que causam aos outros. Na nossa sociedade progressiva e permissiva, todos esses tipos de "amor" daninhos e doentios são permitidos - mas não o nosso [...] Estamos sendo punidos pelo mundo por uma única e simples razão: o fato de termos sido gerados pela mesma mulher."

Escrevendo esta resenha, me encontro no mesmo estado de choque. É difícil. Não sou de chorar lendo livros, e nem de ficar impressionada com tudo. Mas "Proibido" me despertou todas essas emoções.

Deem uma chance para o livre, esqueça seus pré-conceitos, e se aventurem no que será a mais pura, errada e controvérsia história de amor que você lerá na vida.

"Você pode fechar os olhos para as coisas que não quer, mas não pode fechar o coração para as coisas que não quer sentir."

5 comentários:

  1. Wow, esse livro deve ser muito, muito emocionante. Este tema de irmãos namorarem é muito polêmico,e vale muito ser lembrado. Está na minha lista com certeza, mto show a resenha.

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  2. Caramba, ressaca de 5 semanas? :O
    Não lembro do último livro que me deixou assim, mas lembro que todas as resenhas desse livro dizem que ele é bem forte mesmo. Tô bem curiosa para lê-lo, mas ainda tem muuuuuuuuuuuuuitos livros na fila :(

    Beijos,
    Duas Leitoras - participe do Top Comentarista de Junho!

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  3. Gente! Entrou para minha lista também!

    http://harlancobenn.blogspot.com.br/

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  5. Te entendo completamente. Me senti exatamente assim quando terminei de ler esse livro. Mas não consegui me sentir enojada nem nada do tipo. Não tem como. Ao terminar de ler o livro só conseguia pensar em como o amor dos dois era correto e lindo, Torci por eles desde o começo e solucei durante semanas depois de terminar este livro.
    Beijos

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